Crítica: ‘Bossa negra’, de Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda
RIO — Hamilton de Holanda e Diogo Nogueira têm muito a ganhar juntos. Diogo é popular. Hamilton é incensado pela crítica. Mas qualquer sugestão de oportunismo que possa nascer daí se dissipa em “Bossa negra”.
Em meio às diferenças, a dupla achou um ponto de intersecção real e vigoroso: o samba. Diogo se mostra um cantor cada vez melhor (e mais raro) do gênero, e Hamilton encontra espaço ali para desfilar uma técnica que vai do fraseado lírico de “Desde que o samba é samba” à inesperada tensão que ele (e banda) imprimem ao romantismo de “O que é o amor”.
Em seu caminho original entre choro, bossa-jazz e samba de terreiro, impressiona como “Bossa negra”, sem que tenha percussão violenta (há muita vassourinha, por exemplo), soa violentamente percussivo (no bandolim, no canto). A secura do nome e a pressão do sobrenome.
Fonte: O Globo
por Leonardo Lichote
26/08/2014 6:00 / Atualizado 26/08/2014 9:22